
“E, todas as vezes que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas à vista do rebanho nos canais de água, para que concebessem diante das varas. Porém, quando o rebanho era fraco, não as punha; assim, as fracas eram de Labão, e as fortes, de Jacó.” (Gn 30.41,42.) ›
Primeiramente, quero fazer uma observação sobre o nascimento de Jacó, já que muitos cometem um equívoco quando declaram que ele roubou a bênção de Esaú, seu irmão gêmeo. Na verdade, Jacó estava debaixo de uma promessa. Ainda antes de dar à luz, Deus revelou a Rebeca que o filho mais velho serviria ao mais moço (Gn 25.23), ou seja, Esaú seria servo do irmão, mesmo sendo o primogênito. Jacó nasceu numa casa onde havia preferência por um dos filhos – o pai preferia um, a mãe o outro. Ele era “pacato e habitava em tendas” (v. 27) e, embora contasse com a predileção de sua mãe, era preterido por Isaque e lutava para ser aceito. Como Esaú, um exímio caçador, recebia toda a atenção do pai, Jacó foi impelido a tomar o lugar de seu irmão no momento de receber a bênção paterna. Ele não entendeu que sua bênção pessoal vinha de Deus e não de um homem, que já havia um decreto da parte de Deus para ele – o maior servirá o menor –, mas a sua impaciência o levou a esquecer esta palavra. Jacó engana o pai, Esaú procura matá-lo, já que perdeu as bênçãos da primogenitura, e ele não vê opção a não ser fugir. No capítulo 28 de Gênesis, Jacó está tão angustiado e triste que improvisa um travesseiro com uma pedra, deita e adormece. Ele tem um sonho que o faz entender que aquele lugar é a casa de Deus; Ele está ali. Jacó se levanta e faz um voto: se o Senhor lhe concedesse a bênção de ser bem-sucedido, de tudo lhe pagaria o dízimo.
A primeira questão a ser levantada é quando chega o momento dos dízimos e das ofertas e damos as costas para a promessa. Ajudado por sua mãe, foi isso que Jacó fez. Você não deve tentar ajudar a Deus no cumprimento de nada, seja do que for. Ele é Deus e vai fazer como prometeu. Não se intrometa, por causa de sua ansiedade, em assuntos que são da alçada exclusiva dele. Observe o preço que Jacó acaba pagando. Ele tem que fugir de casa para não se tornar vítima da ira de seu irmão e não pode estar em companhia do pai, já velho, em seus últimos anos de vida – tudo porque deu as costas à promessa.
Ele pede ajuda a Deus para resolver seus problemas, mas o voto de entregar-lhe o dízimo de tudo implicava num problema: a fidelidade no cumprimento do voto. Se existe uma promessa sobre a sua vida, não há como você confiar na bênção que dela advirá sendo infiel a Deus.
Do capítulo 28 ao 31, quando Jacó começa a retornar para casa, não encontramos registro de que ele tenha dado dízimos, que tenha cumprido o seu voto. Isso o levou a viver situações ruins, entre elas, o tempo em que é enganado e explorado por Labão. Este representa o devorador, mas Deus o abençoou por causa da presença de Jacó em sua casa. Quando você for infiel, saiba que pessoas ímpias à sua volta serão abençoadas por causa de sua infidelidade. O que seria para você receber irá para as mãos deles. De igual modo, em Salmos 73.2, 3 Asaph entra em crise com a prosperidade dos ímpios. Muitas vezes, eles têm mais compromisso com a fé que professam do que nós. É impossível que, apesar de termos a promessa da bênção de Deus, não estejamos desfrutando dela por causa da nossa infidelidade.
O diabo sempre vai colocar uma pessoa no caminho daquele que tem a bênção mas não está sendo fiel. Labão se torna um opressor na vida Jacó. O filho de Isaque ama Raquel, filha de Labão, e quer se casar com ela, mas o homem propõe que o rapaz trabalhe para ele durante sete anos, ao fim dos quais desposará a jovem. Ao término do prazo estipulado, porém, Labão lhe dá sua outra filha, Lia, por mulher, e exige que Jacó trabalhe mais sete anos por Raquel. São 14 anos debaixo de um jugo. Toda vez que alguém como eu e você, que temos uma promessa, que temos a bênção de Deus sobre nossas vidas, não formos fiéis nos dízimos e nas ofertas, um opressor vai aparecer para se alimentar desta bênção e se fortalecer.
Depois de cometer um erro, seu patrão poderá demiti-lo, mas Deus é tão fantástico que nunca vai “demitir” você. Jacó só trabalha para enriquecer Labão, o opressor. No dia em que ele toma a decisão de voltar para debaixo da bênção que lhe estava reservada, Deus reverte a situação. O Senhor se compromete com a palavra liberada sobre a nossa vida quando nos arrependemos, quando fazemos o caminho de volta. Ao caminhar diante de Deus debaixo de total fidelidade, Ele estende a mão e faz com que você prospere ali, pois vela pela palavra que liberou sobre a sua vida.
Quando você está debaixo da bênção da fidelidade, acaba trabalhando menos e é muito mais abençoado. Não limite o poder de Deus pelo valor do seu contracheque. Sabe o que limita o poder de Deus? A nossa infidelidade, falta de compromisso, a nossa ganância. Dívida é resultado de ganância, é quando você compra algo e perde o controle sobre o que adquiriu. Está escrito em Provérbios que aquele que está endividado se torna escravo do credor.
Se ofertarmos, não com qualquer coisa, mas com o melhor, podemos entender que estamos colocando nossas varas para demarcar o território onde a bênção de Deus será manifestada. “E, todas as vezes que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas à vista do rebanho nos canais de água, para que concebessem diante das varas. Porém, quando o rebanho era fraco, não as punha; assim, as fracas eram de Labão, e as fortes, de Jacó.” (Gn 30.37-43.) Deus abençoou o lugar marcado com a vara de Jacó, e irá abençoar sua vida também!
Toda pessoa que apresenta resistência quando ouve acerca de dízimos e ofertas não sabe nada sobre gratidão. O diabo, na verdade, quer que você continue sem saber. Por que o criticam por ofertar na igreja, dizendo que você está pagando o terno, a gravata e o carro do pastor, mas ninguém censura a época em que se embriagava, quando tinha aquela vida torta e desperdiçava seu dinheiro em bebidas?
Enquanto Jacó foi infiel no voto que havia feito, Deus não pôde concretizar o que planejara, mas quando decidiu voltar para debaixo da promessa divina, as sementes plantadas manifestaram-se em sua vida.
Desafio de fé: À luz desta palavra e deste entendimento, decida posicionar sua vara fielmente diante do Senhor, honrando-o e adorando-o com seus dízimos e ofertas.
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